Apreciação Crítica


 

Texto de apreciação crítica.

Numa era marcada por enormes avanços tecnológicos que obrigam o indivíduo a ser ativo, crítico e competente nas mais diversas áreas, só com um domínio efetivo das competências da escrita e da leitura os alunos poderão vir a ser  verdadeiramente cidadãos com efetiva competência comunicativa.

Lembramos que  a escrita obriga a recorrer aos conhecimentos sobre o tópico, o destinatário, os tipos de texto e as operações de textualização, desdobradas em 3 fases : planificação, redação e revisão.


  O texto de apreciação crítica pode incidir sobre um livro, um filme, uma peça de teatro, uma exposição, um quadro, uma fotografia artística ou outra manifestação  cultural.

Deve, por um lado, descrever o objeto em apreciação, por outro, comentá-lo criticamente.

Exemplos de textos escritos pelos nossos alunos.






 

A realidade retratada ou adulterada

 

O Realismo foi o movimento artístico e literário que se opôs ao Romantismo. Por esse facto, estes dois movimentos apresentam características antagónicas.

Nesta imagem, observa-se um rinoceronte a pintar quadros no meio da savana. O quadro que está no suporte retrata a realidade observada pelo artista, que vê o chifre e a paisagem natural. No chão, encontram-se mais três telas pintadas anteriormente, as quais não retratam a realidade visualizada pelo pintor. Num dos quadros, está presente uma taça com fruta e, nos dois últimos, destacam-se duas paisagens naturais distintas daquela em que o rinoceronte se encontra.

Esta criativa imagem é, então, uma ótima representação da oposição entre o subjetivismo do Romantismo e a objetividade típica do Realismo.

A imagem no suporte da tela remete para o Realismo. Assim como o Realismo procura retratar o que ocorre na sociedade, de acordo com os factos, também o quadro representa, fiel e objetivamente, a realidade nua e crua de uma savana agreste, com pouca vegetação, onde habitam rinocerontes.

Os restantes quadros são deturpações da realidade, representando algo mais alegre, mas não sendo representativos do meio em que o rinoceronte se insere. Tal como os românticos tratam os assuntos de acordo com o que sentem, aproximando-se à fantasia, também o animal imagina uma alternativa ao seu mundo e retrata-a de acordo com os seus sentimentos. As frutas, o lago, a vegetação mais abundante e o céu mais limpo e alegre, presentes nestes três quadros, reforçam que o rinoceronte imagina uma realidade mais radiante, contrastando esta com o seu habitat.

Para além disto, o último quadro a ser pintado representa o Realismo, o que pode simbolizar o facto desta corrente ter surgido após a do Romantismo que, nos fins do século XIX, já era mais desprezada, tal como os quadros que estão no chão.

Concluindo, esta imagem é uma excelente metáfora para as oposições entre o Realismo e o Romantismo.

Trabalho realizado por: Joana Alves Fernandes nº11 12ºB





Este cartoon de Gerhard Haderer apresenta num fundo verde, como que num campo, um bebé, sozinho, desamparado, sem ninguém que o ajude, a andar pelo chão. À volta do bebé estão seis pessoas, a gravá-lo com os seus telemóveis. Cinco das seis pessoas encontram-se abaixo e mais afastadas do bebé, enquanto um homem se encontra acima e perto do bebé, podendo isso dar alguma indicação de uma proximidade familial desse homem ao bebé, como ser seu pai.

            Penso que este cartoon pode ter duas maneiras, embora parecidas (ambas sobre o excesso do uso do telemóvel, de redes sociais, etc), de ser interpretado. Na primeira, o bebé, indefeso, perdido, está só a ser gravado pelas pessoas, para o “postarem” nas suas redes sociais, em vez de o irem ajudar, visto que é uma criança que não consegue, de maneira nenhuma, sobreviver sozinha. Assim, Gerard Haderer critica a inação das pessoas que se resumem a gravar com os telemóveis quando se deparam com uma situação desagradável, em vez de tentar intervir.

            Na segunda maneira, tendo em conta que todas as pessoas são de grupos etários diferentes (havendo casais), e assumindo que pertencem à mesma família, pode-se considerar uma crítica à maneira como as pessos quase que preferem gravar certos momentos no telemóvel “para a posterioridade”, do que, por exemplo, brincar e interagir com o bebé, e assim criar memórias, essas que sim ficariam para a posterioridade, e que teriam um real valor qualitativo de felicidade, em vez de serem só uns “megabytes” num telemóvel.

            De qualquer das maneiras, é óbvio que Gerhard Haderer se está a debruçar sobre o efeito dos telemóveis na maneira como interagimos com outras pessoas ou em certas situações, de uma maneira realista, acertada e atual, pois este fenómeno é algo que conseguimos observar quase diariamente.

Testo escrito por Martim Mamede 12º A

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